terça-feira, 17 de junho de 2014

Desastre de Minamata, no Japão 1928-1968






Em Maio de 1956, na cidade piscatória de Minamata, no Japão, várias pessoas tiveram sintomas que incluíam convulsões severas, surtos de psicose, perda de consciência e coma, tendo acabado por morrer. 

No total, mais de 900 pessoas morreram com dores severas devido ao envenenamento. Em 2001, uma pesquisa indicou que cerca de dois milhões de pessoas podem ter sido afetadas por comer peixe contaminado. No mesmo período de tempo, foi reconhecido que 2.955 pessoas sofreram da doença de Minamata. Destas, 2.265 viveram na costa do mar de Yatsushiro.

Não se sabia a causa da doença que afetou muitas pessoas da cidade, mas foi notado que alguns pássaros e gatos apresentavam sintomas idênticos. Por exemplo, no caso dos gatos, começavam a pular e contorcer-se, corriam em círculos e lançavam-se à água, afogando-se. 

Todos os afetados pela doença tinham uma coisa em comum, alimentavam-se com quantidades consideráveis de peixe da Baía de Minamata. Estabelecido este elo de ligação, tentou determinar-se a causa e acabou por se concluir que uma fábrica em Minamata utilizava compostos com mercúrio como catalisadores no processo de produção de PVC. Estima-se que a empresa descartou de 200 a 600 toneladas de metil mercúrio na baía da cidade. 

Os efluentes da fábrica, com resíduos que continham mercúrio, foram durante muitos anos deitados na baía . Aí, este (na forma de metilmercúrio – extremamente tóxico) foi-se concentrando no organismo dos peixes da baía. Como o peixe era o principal componente da dieta local, milhares de moradores da região foram contaminados. 

Muitas soluções foram propostas para compensarem as vítimas. A primeira onda de compensações, estabelecida em 1959, não pôde ser mantida quando novos casos da doença de Minamata começaram a aparecer. Estas vítimas e suas famílias não foram incluídas no acordo original com a Chisso e portanto, não receberam a mesma compensação que aqueles diagnosticados antes da solução original. 

Assim, as famílias recém diagnosticadas começaram a reivindicar o recebimento de compensação similar para seu caso. Um grupo decidiu processar a Chisso e portanto ir a julgamento pela sua compensação. Outro grupo buscou negociações diretas com os executivos da Chisso.

Assim que as negociações começaram, os pacientes se opuseram a um acordo espelhando a primeira solução. Eles não apenas queriam compensação igual e suficiente, mas também que a Chisso assumisse publicamente a responsabilidade pela doença de Minamata.

Durante estas negociações e também conversas por vantagens compensatórias, 29 outros pacientes foram diagnosticados com a doença de Minamata. Estes novos pacientes foram mais cooperativos com a Chisso e concordaram em aceitar uma baixa compensação de $570 cada. 

Isto causou uma cisão entre as famílias recém-diagnosticadas e tirou muito da vantagem do grupo de negociação direta e deu vantagem à Chisso. 

Porém, finalmente, o veredito do julgamento foi dado em favor dos pacientes. A corte distrital julgou a Chisso culpada de negligência corporativa e ordenou o pagamento de $66.000 para cada paciente que já tinha morrido, entre $59.000 e $66.000 para pacientes sobreviventes, atingindo um total de $3.44 milhões



Texto adaptado.


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